Carolina Castilho conta um pouco das experiências que a moldaram como a pessoa e profissional que se tornou hoje
Carolina Castilho Jardim |
Empresária e esteticista – Osvaldo Cruz
A conhecida frase diz muito sobre Carolina Castilho Jardim, 44. Natural de Marília, esteticista, com especialização em técnicas de Spa e idealizadora do Refúgio Urbano.
Carolina Castilho ou apenas “Carol”, como é chamada pelos mais próximos, passou a infância na cidade de Salmourão, próxima dos avós e dos primos. Aos 14 anos, veio morar em Osvaldo Cruz, onde permaneceu até iniciar os estudos.
Como boa parte das pessoas, Carol passou pela fase de escolha da profissão e desejou ser desde atriz até arquiteta. A ideia de fazer um curso técnico de estética veio de maneira inusitada: em um salão de cabelereiro por meio da sugestão de outra pessoa, que ainda lhe indicou um local com o curso disponível. A cidade em questão era Marília e depois de algumas pesquisas, Carol descobriu que o conteúdo do curso era exatamente aquilo que procurava.
No curso técnico era aluna dedicada e buscava fazer tudo com excelência, devido sua aptidão com a área. Posteriormente, encontrou uma faculdade em Londrina, que oferecia a graduação. Juntou-se com algumas amigas e partiram juntas para o novo destino.
Brasil afora
Apesar do empenho que incluiu a troca de cidade, Carol deixou o curso de lado por avaliar que os conhecimentos eram muito básicos para ela, que já tinha um curso técnico e outras experiências no currículo. Na mesma época, uma professora lhe fez o convite para integrar a área da docência, o que foi quase como um despertar para a esteticista. Carolina então, passou a buscar lugares onde pudesse ensinar as técnicas que havia aprendido. Flávio, seu marido e na época namorado, encarregou-se de enviar alguns currículos na cidade de São Paulo, onde morava.
A entrega teve resultado positivo e Carol foi contratada por uma importadora. A vaga unia dois de seus maiores desejos: viajar por aquele Brasil que via apenas pela televisão quando mais nova e poder ensinar outras pessoas. A principal atribuição era auxiliar outros profissionais no manuseio dos aparelhos fornecidos pela empresa. “Tudo foi dando muito certo. Quando as coisas estão para acontecer, vão desenrolando. A gente não precisa fazer muita coisa, só desejar.”
Nessa época, Carol lembra que o apoio de Flávio foi crucial, principalmente de maneira financeira. De acordo com ela, a empresa lhe ofereceu contato com um “mundo” completamente diferente do que vivia e possibilitou que ela conhecesse o universo do spa, desde equipamentos de alta tecnologia, até cosméticos importados. As experiências eram tão diferentes, que a esteticista tinha um caderno onde anotava desde o que mais gostava até o que faria, se tivesse o próprio espaço.
Busca por relaxamento dentro do Spa brasileiro
O emprego despertou em Carol o desejo adormecido pelo spa de relaxamento. Foi quando passou a buscar referências pelo mundo, até encontrar em Portugal. Para viajar até lá, prestava consultorias e ministrava aulas no período noturno, além de realizar ainda, atendimentos paralelos.
Todo o esforço feito não foi em vão. Carolina foi morar no Porto, cidade costeira localizada em Portugal, onde realizou sua especialização e chegou a trabalhar também em uma parafarmácia, que lhe rendeu contato com muitos dos produtos que trabalhava no Brasil, mas infelizmente não eram liberados pela Anvisa. A partir daí, Carol não parou e passou a realizar inúmeros outros trabalhos em busca de especializar-se no spa de relaxamento e trazê-lo para a realidade das pessoas.
Rotina intensa
O ritmo de vida acelerado que vivia em busca de alcançar seus objetivos, fez com que Carol entendesse que precisava dar uma pausa. A ansiedade e o uso de remédios indiscriminado, unido a má alimentação, teve como consequência duas internações no hospital em um curto período de tempo. Foi aí que percebeu a necessidade de cuidar da própria saúde.
Desanimada com a rotina que levava, passou a relacionar a área de atuação com a exaustão de dedicar-se somente ao trabalho. Não houve outro jeito, ela e a estética deram um tempo.
Paralelo a isso, Carol e o marido Flávio mudaram-se para Osvaldo Cruz. A escolha pela cidade se deu por estarem próximos tanto dos conhecidos como familiares de ambos.
A pausa dada entre Carol e a estética, transformou-se em ponto final. Entretanto, no fim do túnel revelou-se uma luz: muito incentivada por uma conhecida, resolveu dar sequência ao desejo adormecido de levar as técnicas do spa de relaxamento para outras pessoas, já que no fundo, essa sempre foi sua maior aptidão.
Com o auxílio da mãe e apoio do marido, começou do zero com dedicação e o que tinha no momento. “Vim com todo aquele universo de spa que eu tinha na cabeça, mas com poucos recursos. Tinha tanto amor naquela sala, que todo mundo percebia”, lembra quando perguntada sobre o recomeço.
Apesar de não acreditar que uma cidade pequena como Osvaldo Cruz tivesse público para massagens de relaxamento, resolveu apostar e em menos de um mês, contava com a agenda cheia.
A agenda repleta de clientes era resultado do que fazia com amor e dedicação. Em contrapartida, passou a se inserir no trabalho de maneira exaustiva novamente, chegando a sofrer com uma das mãos travadas durante uma massagem. “Ali entendi que eu precisava de uma atividade física, porque antes, não trabalhava de maneira prática. Aqui, isso exigia muito do meu corpo”.
“Eu tenho que estar bem para atender o outro. E eu acredito muito nisso”, alinhada nesse princípio Carol aderiu a meditação e a ioga, além das demais atividades físicas, para entender e estar em harmonia com o próprio corpo.
Para ela, diferente do que muitos pensam, a energia é sim um fator importante e influencia diretamente as massagens, o que fez com que buscasse mais conhecimento na área.
Nasce o Refúgio Urbano
“Isso que elas falam de mim… será que sou isso tudo?”. Era essa frase que vinha a cabeça de Carol cada vez que era apresentada para alguém e tinha seu trabalho enaltecido. A resposta para essa pergunta tão nítida para quem a vê de fora, ela descobre aos poucos todos os dias.
A pequena sala onde atendia suas clientes, deu lugar ao próprio espaço idealizado por ela e Flávio, que entraram definitivamente de “cabeça” no projeto, não só como casal servindo de apoio um ao outro, quanto como sócios no novo negócio.
A dedicação exclusiva gerou à Carol novas crises de ansiedade e necessitou que auxiliada pela terapia, redescobrisse sua identidade como pessoa e não apenas como profissional. Encontrou outros hobbies que lhe davam prazer, além do trabalho. “A gente precisa estar em constante observação, porque sempre que somos muito apaixonados pelo que fazemos, temos tendência a nos doar demais e isso é cobrado por nosso corpo. É necessário se priorizar,” observa.
Inicialmente, o projeto criado por Carolina não era chamado de Refúgio Urbano e sim, Spaço Carolina Castilho. O novo nome veio por acaso em uma busca na internet e derivou de um site de arquitetura. Ali, Carol sentiu o coração vibrar e soube exatamente que aquele era o nome ideal para seu espaço idealizado com tanto carinho, alicerçado no princípio de disseminar o bem estar ao próximo, por meio das massagens de relaxamento, com uso de óleos essenciais.
Gratidão
“Agradeço pela minha mente, pelo meu coração, agradeço por poder trabalhar com as mãos”, esse é o agradecimento feito por Carolina após encerrar cada sessão de massagem.
Assim como agradece posteriormente o término de cada massagem, Carol se revela grata pelo apoio que recebeu e ainda recebe dos amigos, conhecidos, equipe de trabalho e familiares, além de enfatizar que sem eles, não seria possível chegar onde chegou e tampouco, traçar planos para o futuro, como o de ampliar o Refúgio e transformá-lo em uma marca que as pessoas possam levar consigo para onde forem. “Eu sempre digo que o meu bem estar, depende muito se eu estou vendo que a pessoa do meu lado também está bem”, finaliza.